Publicação 14/03/2022

Redução nas tarifas de energia pode não ser suficiente para compensar riscos altistas e choques adversos nos preços

Boletim Focus desta segunda-feira, 14, aponta aumento na expectativa para o IPCA e a Selic em 2022, 2023 e 2024

Dois efeitos, o da guerra na Ucrânia sobre os preços das commodities e o da divulgação do PIB 2021, continuam a influenciar os movimentos das expectativas econômicas no boletim Focus desta segunda-feira, 14. A mediana das estimativas para o IPCA avançou pela nona semana consecutiva, de 5,65% para 6,45%. O aumento do preço internacional do barril de petróleo fez com que a Petrobras anunciasse, na semana passada, reajustes dos preços, nas refinarias, de 18,7% na gasolina e de 24,9% no diesel. 

Com isso, a projeção do mercado para a inflação deste ano está cada vez mais fora da meta do Banco Central, que é de 3,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual. A projeção para a Selic também aumentou, de 12,25% para 12,75% ao final deste ano e de 8,25% para 8,75% ao final do ano que vem.

“É interessante notar que as projeções para este ano continuaram a aumentar mesmo com a projeção mensal para maio ser, pela primeira vez, de deflação, contemplando a possibilidade de redução da bandeira tarifária de energia elétrica para o que temos sinalizado desde o fim do ano passado. Isso mostra que, para analistas do mercado, mesmo esse choque positivo pode não ser suficiente para compensar os demais riscos altistas e choques adversos nos preços”, comenta Pedro Simões, economista do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg.

Na agenda da semana, destaque para a decisão do Copom, na quarta (16/03) e para o IBC-Br de janeiro, na quinta-feira (17/03).

Leia o boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas desta semana no portal da CNseg.

 

Compartilhar