Em meio ao enorme avanço tecnológico provocado pelos anos mais críticos da pandemia de Covid-19, intensificaram-se os ataques cibernéticos aos portos em todo o mundo. Por isso, tratar a segurança cibernética como uma prioridade nos terminais portuários é o único caminho para barrar os crescentes ataques de hackers ao centro nervoso da cadeia de logística.
Uma estimativa da consultoria alemã Roland Berger é que as quadrilhas de hackers geram uma mancha criminal em torno de US$ 6 trilhões por ano aos portos no mundo considerando resgates e prejuízos. Para se ter ideia do que significa esse montante, se a pirataria cibernética fosse um país, essa cifra equivaleria ao terceiro maior PIB (Produto Interno Bruto) do planeta, superado apenas por Estados Unidos e China.
Brechas de TI
O crescimento no número de ataques a terminais de contêineres vem ocorrendo desde 2020, ponto alto da pandemia mundial. Os criminosos cibernéticos se aproveitam da intensificação do home office, o que permitiu aos hackers identificarem brechas nos sistemas de informática das empresas. A porta de entrada, em geral, são softwares maliciosos que infectam computadores caseiros dos colaboradores administrativos da área de logística portuária.
Entre as vítimas dos hackers figuram o porto de Mombai, o maior da Índia; as unidades de Durban, Port Elizabeth, Ngqura e Cidade do Cabo, na África do Sul; e Mucuripe, no Brasil.
Investimentos e seguros
Especialistas em sistemas de proteção cibernética destacam que os dirigentes portuários ainda enxergam a cibersegurança como custo, não fazendo os investimentos necessários para mitigar os riscos.
O seguro é outro instrumento necessário. Existe a modalidade cyber para portos e o transporte marítimo. Constatam-se, no entanto, condições cada vez mais severas dos planos de resseguro, tornando a contratação mais difícil ou pelo menos mais cara. Soluções intermediárias, como de coberturas cibernéticas para escritórios, estão sendo adotadas para não deixar os segurados totalmente desprotegidos.
Fides Rio 2023
A transformação digital e seus reflexos na indústria seguradora estão entre os eixos temáticos da 38ª. Conferência Hemisférica de Seguros - Fides, que se realizará de 24 a 26 de setembro de 2023, no Rio de Janeiro. Palestras, debates e reuniões de trabalho vão mobilizar empresários, especialistas e autoridades sobre esse e outros temas fundamentais para os negócios e as seguradoras.
“Seguros para um mundo mais sustentável” será o tema central do evento internacional que contará com a presença de representantes da indústria de seguros e resseguros de 20 países da América Latina, Estados Unidos e Espanha.